- Helena - 50 Livros
RESENHA de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" (Millennium - vol. 01), de Stieg Larsson

Livro policial com autor falecido


SINOPSE DE ORELHA
Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Quase quarenta anos depois, o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente.'
SOBRE O AUTOR

Stieg Larsson (1954-2004) foi fundador e editor-chefe da revista sueca Expo, que denuncia grupos neofascistas e racistas. Especialista na atuação das organizações de extrema direita em seu país, é coautor de Extremhögern, livro no qual põe o assunto em evidência. Morreu em sua casa, vítima de um ataque cardíaco, pouco depois de ter entregado os originais dos romances que compõem a trilogia Millennium.

NOTAS
ENREDO: 5
PERSONAGENS: 4
DESENVOLVIMENTO E ESCRITA: 5
INÍCIO: 5
MEIO: 5
FIM: 5
NOTA FINAL: 4,7 de 5
LIVRO BOM PARA: investigar junto
MINHA RESENHA
Confesso que estava um pouco apreensiva com essa leitura. Digamos que os hypes eternos, principalmente os tão curtidos pela minha mãe, não me cativam nem um pouco. Mas esse em especial curti muito.
Acho que não é novidade por aqui que amo romances policiais, crimes e investigações me atraem muito, fico imersa na leitura. Mas ele precisa estar muito bem escrito, se não acaba que nem "A Garota no Trem" (já tem post aqui no blog, só ir nos posts relacionados lá embaixo). Só que a trilogia Millennium não entra nessa, consegue ser bem real e dando um toque de jornalismo que faz a história sair do lugar comum das delegacias e escritórios de detetives particulares.
O crime em si é incrível, cheio de detalhes que casam bem com a maluquice bem característica de famílias gigantes e ricas, que vivem brigando por poder e dinheiro. Os personagens são muito legais, mas algumas coisas não rolaram para mim: muitos white people problems, ou seja, uns problemas que não são problemas e uns relacionamentos amorosos que só gosto de caracterizar como pancadas; malucos. O próprio pseudo-romance dos personagens principais me enerva, aquela amizade colorida feat. relacionamento aberto é muito moderno para mim e o fato do Mikael conseguir comer todo mundo também me incomoda. Nada contra essas coisinhas citadas, mas tudo isso no mesmo livro me choca. Não é possível que haja alguém tão aberto assim. Ou existe?!
Toda a escrita e o desenvolvimento, apesar de tantos detalhes econômicos jogados aí, é perfeito, te prende da maneira certa e não resta nenhum tipo de dúvidas ou caras desconfiadas no final. Porém, o final se alongou demais, ainda mais que o livro não termina com a resolução do caso, mas com a volta por cima na vida jornalística do Mikael (quem viu o filme ou está lendo o livro já sabe). Acho que essa é uma marca de autores nórdicos que não consigo curtir: o fim está sempre mais longe do que a gente imagina. Vi muitas semelhanças de escrita com o Jo Nesbø, então se você gostou de um vai amar o outro.
A personagem Lisbeth me causou sentimentos ambíguos. Odiava-a no filme, mas no livro ela tem mais nuances e participa melhor da vida social do que no filme. Além disso, no livro foi possível explorar os pensamentos da personagens e isso explicou muita coisa. Mas ela ainda não consegue ser o arquétipo da heroína para mim, ela é uma garota normal que sofreu muito na vida e não sabe lidar e identificar muito bem seus sentimentos. Só que Lisbeth é, com certeza, a figura que se sobressai em todas as páginas. Quem é Daenerys Targaryen na fila do pão quando você lê sobre a jovem Salander?
"Os Homens que Não Amavam as Mulheres" é um início de série policial incrível, cheio de significado e pessoas reais, dando um ar jovial e novo em folha a um gênero muitas vezes reciclado.
COMPRO, BAIXO, PEGO EMPRESTADO OU PASSO LOTADO?
Eu peguei ele emprestado de mamis, mas não seria um livro que teria com toda a certeza em papel, mas, dependendo das continuações, isso aconteça. Por enquanto, aposto em e-book ou continuar pegando emprestado. Mas, se você gosta de ter livros em casa como o do Jo Nesbø, talvez seja garantia de sucesso comprar esses em papel também.
ONDE COMPRAR
Quer participar do projeto? Então poste uma foto com seu Os Homens que Não Amavam as Mulheres com a hashtag #blog50livros que adorarei ver. E já fez resenha sobre ele no Skoob? Então me envie um email para contato@50livros.com que vou ler com muito amor! ;-)