SINOPSE DE ORELHA

Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais, sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

SOBRE O AUTOR

Vitor Martins nasceu em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, e atualmente mora em São Paulo. Publicou seu primeiro romance, "Quinze dias", em 2017 e "Um milhão de finais felizes" em 2018, ambos pela Globo Alt, o selo de literatura jovem da Globo Livros.

NOTAS

ENREDO: 4

PERSONAGENS: 5

DESENVOLVIMENTO E ESCRITA: 4

INÍCIO: 5

MEIO: 5

FIM: 5

NOTA FINAL: 4,7 de 5 + ❤️

LIVRO BOM PARA: se apaixonar

MINHA RESENHA

Isso não é um livro, é um hino.

Esse é meu primeiro contato com o autor. Ainda não li seu primeiro romance e até ler esse livro, nem sabia que ele era um youtuber. Foi realmente um mergulho de cabeça e sem nenhuma expectativa. Mas não poderia ter sido melhor, porque esse livro é muito incrível.

A trama é fofa, os personagens são sensacionais, a própria construção social em torno do personagem é super bem pensada, a escrita do autor é perfeita e toda a leitura foi deliciosa. É um livro que é super difícil de encontrar defeitos ou críticas, pois abarca tudo da maneira correta e não simplesmente joga os fatos ali, mas realmente problematiza e tenta mostrar uma espécie de resolução.

A única coisa que realmente me incomodou foi quando entram para a narrativa as partes do livro que o protagonista, Jonas, está escrevendo. Eu entendo o conceito, realmente é indispensável para o desenvolvimento da própria maturidade do personagem, mas foi colocado em partes em que o leitor quer acompanhar um pouco mais o Jonas para depois ler os manuscritos de Piratas Gays. Acho que, no fundo, foi só um problema de timing, mas nada que comprometa a leitura, de maneira alguma.

Trata-se de uma história LGBTQ+ e se, realmente existisse um kit gay distribuído nas escolas, esse livro deveria estar. Vale lembrar que sou professora e realmente acredito que esse livro deveria ser leitura obrigatória na rede de ensino. Ele consegue abordar as questões acerca da sexualidade de maneira leve e correta, sem estereotipar ou dramatizar certos comportamentos. O livro consegue abordar o preconceito, gays, lésbicas, bissexualidade, adoção, família, cotidiano e a dicotomia escolha/"born this way" sem fazer com que o leitor perca o interesse no enredo e consegue fazer com que ele entenda o mundo em que o LGBTQ+ vive. Não é um universo de depravação, doença e rompimento com o conceito de família. Muito pelo contrário, mostra que a sociedade LGBTQ+ seria idêntica a nossa se não fosse a mácula do preconceito.

Por fim, creio que "Um Milhão de Finais Felizes" é um hino sobre aceitação, mas não em relação ao diferente se aceitar, mas nós, sociedade padrão, cristã e heteronormativa, aceitar que não somos a régua do mundo; existem pessoas diferentes de nós, mas não tão diferentes assim.

Vitor, quero muito andar com você no recreio um dia.

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